A pandemia provocada pelo coronavírus, denominado Covid-19, estabeleceu uma alteração em vários aspectos da relação entre as pessoas, pela necessidade de evitar por meio de medidas protetivas, como o distanciamento social e práticas de higiene, a contaminação. O esforço para atingiu ao jornalismo, com mudanças na rotina, diante da implementação do trabalho em home office, afastado das redações, assim como procedimentos para a obtenção de informações, sem a proximidade do contato entre os profissionais e as fontes Uma publicação, organizada pela Rede de Pesquisadores de Telejornalismo (Rede Telejor), em parceria com a Editora Insular, contribui para uma reflexão e o debate sobre a gravidade da pandemia que tem uma dimensão maior no Brasil, com o registro de mais de 345 mil mortes no início de abril de 2021, em torno de 160 profissionais da área de Comunicação entre eles, em consequência dos equívocos em relação ao combate da doença.

O livro intitulado A (re) invenção do Telejornalismo em tempos de pandemia, com apresentação do jornalista Carlos Nascimento, apresentador do Jornal do SBT, faz parte da Coleção Jornalismo Audiovisual, O livro inclui um conjunto de artigos, de professores e pesquisadores da área de telejornalismo, divididos em três blocos, um deles dedicado às consequências da pandemia da Covid-19 na atuação dos profissionais de jornalismos e das emissoras de televisão. Os artigos relacionados com a pandemia foram agrupados no bloco demonizado Telejornalismo em questão, entre os quais Dentro da tela: a apropriação da live como elemento da narrativa das notícias pelo telejornalismo na cobertura da Covid-19, do jornalista Washington José de Souza Filho, professor da Faculdade de Comunicação (UFBA) e pesquisador do GJOL.

O artigo é uma análise da forma narrativa adotada por telejornais, exibidos no horário nobre, de cinco países – Angola, Brasil, Espanha, Estados Unidos e Portugal. A análise dos programas, entre os de mais audiência de cada um dos países, permitiu a constatação do estabelecimento de um padrão para divulgar a informação, relacionado com o esforço de promover medidas de proteção para os profissionais e as fontes, através de contatos com dispositivos como as plataformas de videoconferência e smartphones. A adequação para a contraposição ao risco de contaminação inseriu na narrativa a opção do distanciamento narrativo, demarcado pela separação entre telas, na realização de entrevistas e imagens.