Carlos de Albuquerque gera polêmica no próprio site e em jornais de Salvador. Morador de rua, por opção, há mais de três anos, cantor, desempregado, ele mantém um site/blog no qual disponibiliza contos, crônicas, textos polêmicos especialmente contra algumas seitas evangélicas, “reflexões livres” e informações sobre a cidade.
Ele escreve e disponibiliza seus textos nas LAN houses (Internet cafés) da cidade e conta com o apoio de uma revisora (Magda Pedrita), que também o ajuda com a organização dos textos nas seções correspondentes.
Há quem diga que ele é um “falso morador de rua”, que busca apenas se tornar conhecido com essa estratégia.
Há quem diga que ele é um “falso morador de rua”, que busca apenas se tornar conhecido com essa estratégia.
Eis aqui como Carlos Albuquerque se define:
Sou brasiliense, e estou na Bahia há mais de 10 anos (desde 18 de março de1997), sou MORADOR DE RUA há mais de 03 anos por opção (desde 16 defevereiro de 2004), pois foi a única maneira de pensar a minha vida a meu modo, e não ao modo dessa tal sociedade torturadora de mentes evidas.
Sou ateu, e adiabo*sim. Acho essa história de dEU$, jE$U$, e dIABO uma tremenda armadilha para as mentes frágeis do planeta, e uma tremenda covardia com as crianças, que submetidas a LAVAGENS CEREBRAIS totalmente NOCÍVAS, se perdem no transcurso do caminho, muitas vezes sem volta.
Sou cantor profissional, e esse é também um dos motivos de estar morando na rua, pois NÃO ACEITO ser profissional e ter que trabalhar em outra área, ou na minha área como amador, só porque tenho quesobreviver. A rua no inicio é muito difícil, mas depois desse primeiro período, passa a ser maravilhosa, pois o tempo é meu, vou pra ondequiser, faço o que quiser, penso o que quiser, e ainda não preciso enem sou obrigado a me corromper.”
marcos palacios
25/09/2007 at 22:44
Olá Marcos Palacios,
É interessante algumas pessoas me taxarem de farsante. Convidaria você e algumas dessas pessoas pra passar 2 meses, ou melhor, 2 semanas a dormir nas ruas pra chamar a atenção da mídia pra vossos intentos, pra que vcs sintam na pele o que passei nos primeiros meses. Rapaz, conseguir encenar, estratégicamente, por mais de 3 anos, sem sofrer maiores consequência, como a morte por exemplo é um feito inimaginável pra muitos do que falam que sou farsante. Claro que eu merecia um prêmio, ou talvez estar no Guiness Book pela proeza, meu rapaz. Pelo menos, agora os Moradores de Rua, estão no foco de uma maneira mais interessante do que o que estamos acostumados a ver anos à fio. Ah! O que encomoda, é que estou quebrando um perfil degradante de Morador de Rua tradicional.
Abraços!
Carlos de Albuquerque
26/09/2007 at 12:57
Olha umas das minhas proezas de farsante, como dizem, aí descrita…
Data: Mon, 29 Jan 2007 13:05:24 +0000 (GMT)
Assunto: Quase fui assassinados a facadas…
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Oi Márcio (Lima),
Estou nesse momento no Sac da Liberdade, depois de quase desmaiar no Posto de Saúde, que só me atendeu, porque caí no chão. Tive um sonho muito estranho, e não costumo dar importância, então quando saí para pegar o café no São Francisco, no caminho, resolvi pegar um bagulho no chão, e não sabia que era de dois malandros, que ficaram zangados, dizendo que eu tinha mostrado ao dono o objeto que eles perderam. Assim, um deles partiu pra cima de mim com uma ripa, e me deu quatro pauladas. Eu corrí, mas me alcançaram na lapa, e me bateram mais uma vez e disseram que iriam me matar a facadas se eu não pagasse o prejuízo deles. Então, dei o Walkman, o celular, e um tênis Mizuno que eu tinha ganhado, e só não fizeram o pior porque eu disse a eles que “eu sou de Rua” e não sabia que aquilo era produto de roubo deles. Mas nisso tudo, sabe o que é mais impressionante, é que estou agora, sangrando pelo ouvido, e as pessoas do sac da Liberdade, nem se quer perguntaram do que se tratava, e estou acessando normalmente. O pessoal, tá precisando conhecer mais a lei, pois omissão de socorro, é crime, que pode dar até 1 (um) ano de prisão. Estou precisando de uma emergência e estou fraco demais pra conseguir isso sozinho mas ninguém se importa. Vou mandar este e-mail pra algumas pessoas, inclusive jornalistas. Eu transgredi uma lei da rua sem querer e paguei caro por isso. Quase pago com a vida, se não fosse Morador de Rua, e não tivesse com quê pagar.
Carlos de Albuquerque
19/05/2011 at 13:19
alienado.