Vocês vão encontrar aí abaixo, a resposta da Talent, a agência de publicidade que criou a campanha de credibilidade do Estadão que está dando tanto pano para manga na Blogosfera.

O que a Talent oferece à guisa de explicação é mais ou menos o esperado: alegam que nunca tiveram intenção de generalizar e que existem blogs da “luz” e do “escuro”. Pena que a campanha não tenha feito tal distinção.
Um comentário quanto a um pequeno trecho de resposta:

TEXTO: ” (…) o subtexto que foi espalhado por aí, de que o Estadão é contra os Blogs, não foi colocado em nenhuma das peças da campanha. Isso seria extremamente incoerente, já que o Estadão sabe que os blogs não só fazem parte da sociedade como do próprio Grupo Estado“.
COMENTÁRIO: De fato, o Estadão abriga 18 blogs em sua edição na Web. Só tem um detalhe: a Blogosfera, para o Estadão e seus blogueiros se resume ao próprio Estadão e alguns outros veículos da mídia tradicional, como o Washington Post, USA Today, Daily Telegraph etc. A relação de Todos os Blogs, que aparece em cada um dos 18 remete apenas aos outros 17. São todos “da luz”, é claro. Realmente um Blogroll dos mais impresionantes! Vocês já viram algum dos 18 “blogueiros ão ão” fazendo alguma linkagem para qualquer outro blog “não ão, ão”. Nix. Nem mesmo para os “da luz”, que supostamente existiriam também Blogosfera e não só nos espaços do Estadão, segundo a resposta da Talent….
Além disso, convenhamos que a sutil insinuação que a reação contra a campanha partiu de outros publicitários (com inveja do brilhante trabalho da Talent?) não é dos argumentos mais elegantes a serem mobilizados neste contexto.

Seja como for, resposta é resposta. Ei-la:
A TALENT RESPONDE
“Nos ultimos dias, vimos reverberar na blogosfera ataques e defesas à nova campanha do Estadão, feita pela Talent. Tudo começou nos blogs de publicidade e nos pegou totalmente de surpresa, principalmente por que o subtexto que foi espalhado por aí, de que o Estadão é contra os Blogs, não foi colocado em nenhuma das peças da campanha. Isso seria extremamente incoerente, já que o Estadão sabe que os blogs não só fazem parte da sociedade como do próprio Grupo Estado. Sendo assim, vamos analisar a questão mais de perto pra saber se houve alguma falha na comunicação da campanha.
Os filmes começam com uma vinheta , World Wierd Web, que já identificam o propósito de fazer humor com a parte estranha, sem noção, da web. No filme em que o rapaz lê o blog de economia do Bruno, o cientista diz que o macaquinho já está copiando e colando textos pela web. É impressionante, mas a reação que esperávamos dos blogueiros é exatamente contrária ao que aconteceu. Quantas vezes, você blogueiro já não encontrou seu texto por aí, fora de contexto, faltando partes e sem os créditos? No outro filme da campanha, dois ruivos colocam informações mentirosas na internet pra sair ganhando alguma coisa. As meninas que são enganadas pelo hoax nunca falam que encontraram essas informações num blog e, do outro lado, um dos ruivos diz apenas “pronto, tá na net”. Nesse caso, nada de blogs. Na mídia impressa acontece algo parecido, apenas um do três anúncios diz abertamente “Blog”, os outros dois usam os termos “página” e “site”.
Desta forma , nós posicionamos o estadao.com em linha com a proposta de credibilidade, conteúdo de qualidade e compromisso do Grupo Estado. Os sites, blogs, veículos e pessoas que frequentam o lado “luz” da internet , obviamente, não devem se sentir atingidos por uma crítica ao lado “escuro” do ambiente virtual, da mesma forma que um bom jogador de futebol não deve se sentir desvalorizado por ter um colega perna-de-pau ou quebrador de joelhos. Ou será que os publicitários que primeiro criticaram nosso trabalho consideraram uma campanha difamatória aos publicitários o fato de um dono de agência ganhar as manchetes por servir de intermediário na distribuição de fortunas em verbas públicas?
Alguém em sã consciência pode defender incondicionalmente todo o conteúdo da internet , com seus hoaxes , pegadinhas, pornografias, ideologias escondidas, baixarias, falsos gurus, falsários, tomadores de dinheiro e tempo, Maranhão do Sul na wikipedia, alterações da história e interesses privados disfarçados de clamor do internauta?
No seminário da Microsoft este ano, em Cannes, os dados apresentados levaram a uma inconteste conclusão: a de que a internet, como as regiões de uma cidade, vai se dividir em duas. Uma útil, crível, inteligente, prestadora de serviço, informativa e confiável. Outra que é como uma rua escura e sem policiamento: vai quem quer, sob seu próprio risco. Vamos sempre promover o estadão.com como parte da primeira metade.
Separar o joio do trigo na internet deveria ser do interesse de qualquer cidadão de bem.
João LiviDiretor de Criação- Talent”

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marcos palacios (com dúvida existencial: “da luz” ou “do escuro”???)