A última reunião do GJol, em maio, abordou perspectivas de como os estudos sobre Jornalismo Digital podem ser limitados pela concentração desigual de pesquisas em países desenvolvidos em comparação com a produção científica da América Latina, e sobre o que podemos fazer como pesquisadores brasileiros para transformar essa realidade ou minimizá-la.
Se a produção de conhecimento é preponderantemente dominada pelas perspectivas de artigos, pesquisadores e instituições do Norte Global, será que as evidências científicas também tendem a retratar uma realidade unilateral? Tudo indica que sim. A existência dessa disparidade já demonstra um problema.
O artigo What a Special Issue on Latin America Teaches Us about Some Key Limitations in the Field of Digital Journalism, elaborado por Eugenia Mitchelstein e Pablo J. Boczkowski, aponta que há algumas limitações importantes a se considerar nos estudos do campo, especificamente na América Latina.
As desigualdades afetam desproporcionalmente as regiões do mundo. Os locais com menos infraestrutura e parcos recursos para viabilizar os estudos e formar pesquisadores são os mais afetados.
Para Mitchelstein e Boczkowski, uma vez que todo conhecimento é contextual e comparativo em essência, saber menos sobre o outro implica também saber menos sobre si. O que, de fato, impacta diretamente na evolução científica de qualquer campo de estudo.
Reduzir essa desigualdade envolve inúmeras melhorias estruturais, e todas elas demandam tempo. Mas pensar sobre a questão é um dos primeiros passos.
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