É mentira! Não dá para saber tudo sobre fake-news, mas dá para resumir o tamanho desse fenômeno que mereceu até título de palavra do ano de 2016 pelo Dicionário Oxford (na verdade, post-truth: o termo que dá conta da onda de notícias falsas que ganhou força na época das eleições presidenciais do Estados Unidos). E Trump assumiu… Seria ótimo que isso fosse um grande exemplo de fake-news, mas é só uma das consequências de um mercado de notícias falsas em plena ascensão.
A ocorrência das notícias falsas no ano passado já mereceu até grandes listas, como essa do YouTube e essa do Buzz Feed, com 50 relatos. A parte boa, se é que se pode considerar bom despender tempo e recursos humanos para isso, é que o combate ao movimento está em plena atividade. Aqui, por esse material do Nexo, dá pra entender como a Europa se uniu para combater o “mercado de notícias falsas” alimentado pela Rússia. Para as eleições deste ano, “a estratégia russa é enfraquecer a União Europeia [… usando para isso] todos os tipos de atividades, de violações ao espaço aéreo, campanhas de desinformação, ciberataques para interferir nos processos políticos da União Europeia”, segundo Donald Tusk, Presidente do Conselho Europeu. Na Colômbia, desde janeiro, um jornal usa uma conta no WhatsApp para receber de seus leitores notícias suspeitas. Após a checagem, a contrapartida exigida é que os leitores compartilhem a verdade, no caso da notícia checada ser realmente falsa. Em 90% dos casos, é!
No Facebook, usuários encontram uma lista ensinando a identificar notícias falsas. Parece que ninguém do grupo da família teve acesso a essa cartilha (qualquer que seja a sua família, qualquer que seja o seu WhatsApp), não é mesmo? No Brasil, o 12º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo se prepara para, na tarde do dia 29 de junho, debater o assunto com a participação do editor-executivo da Folha de S.Paulo, Sérgio Dávila, do editor da edição brasileira da Columbia Journalism Review, Carlos Eduardo Lins da Silva, e do líder de parcerias em mídia no Facebook para a América Latina, Luis Renato Olivalves.
No mês passado, num evento realizado pela Revista Piauí, no Rio de Janeiro, participaram nomes do jornalismo independente do país. No primeiro painel, chamou atenção os números da Agência Lupa, iniciativa disposta a realizar checagens com foco em política. Que prato cheio, não?! Segundo Cristiana, que falou em nome do site, nos últimos meses, a demanda da equipe aumentou muito, numa reação clara ao aumento da circulação de informações falsas. Eles costumam receber sugestões de leitores e “encomendas” de pessoas jurídicas, institutos de pesquisa e veículos da mídia tradicional, que queiram checar alguma informação em discursos políticos. Também brasileiro e super focado em política, o Aos Fatos acaba de divulgar o resultado da campanha anual de crowdfunding. Ao que tudo indica, tem muita gente nadando contra a corrente das notícias falsas. Ainda bem!
Bônus (do mal): Como notícias falsas e curtidas artificiais se tornaram um mercado mundial
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