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National Geographic realiza primeira transmissão ao vivo 360° do Facebook

A corrida pelo protagonismo nas mídias sociais continua acirrada entre os principais players do setor. Mirando as demandas e oportunidades de um público faminto por conteúdos audiovisuais nas plataformas digitais, Facebook e Twitter lançaram esta semana novos recursos para atrair e fidelizar usuários que fazem transmissões de vídeo ao vivo. O conglomerado de Mark Zuckerberg apresentou seu primeiro live em 360°, enquanto o microblogging concluiu a integração com o Periscope no seu aplicativo principal.

Antes de detalhar as novidades apresentadas pelas empresas, convém destacar aqui alguns motivos pelos quais estas companhias têm investido tanto no vídeo online. Segundo o HighQ, 2017 será o ano do vídeo (sim, já ouvimos esta afirmação em anos anteriores). Na previsão deles, 74% de todo o tráfego na web será consumido por vídeos.

Os números astronômicos do consumo de vídeos em redes sociais ainda apontam que os usuários passam o equivalente a 100 milhões de horas por dia assistindo vídeos no Facebook e 650 milhões de horas por dia no Youtube. Definitivamente, o consumo de vídeos já está incorporado à experiência das pessoas no ambiente digital.

Outra prova da importância dos vídeos está no sucesso do Snapchat, que vem obrigando o Facebook a se movimentar para não perder o protagonismo entre os grandes players. Dados publicados pelo State of the Video 2016 indicam que o Snapchat acumula 10 bilhões de views por dia, enquanto o Facebook soma 8 bilhões por dia. (é preciso levar em consideração o método de cada uma das empresas para contabilizar views. O Snapchat conta a partir do momento que o usuário abre o aplicativo, o Facebook contabiliza após 3 segundos).

Transmissões ao vivo são mais vistas

Facebook e Twitter agora concentram esforços em modificar a experiência de transmissão e consumo de conteúdos ao vivo para cooptar novos seguidores e fidelizar os antigos. Segundo pesquisa da HighQ, transmissões ao vivo pelo Facebook são vistas três vezes mais que as que não são ao vivo.

O Facebook lançou esta terça-feira (13) a transmissão ao vivo de vídeos 360°. O recurso permite que os expectadores girem o celular ou movimente o cursor do mouse para olhar em volta do ambiente que está sendo transmitindo.

A primeira transmissão 360° do Facebook Live aconteceu em parceria com a National Geographic, com sete cientistas espaciais que passaram 80 dias vivendo em um ambiente que simula aspectos da vida em Marte. A função estará disponível para o público nos próximos meses.

Já o Twitter finalmente integrou o Periscope ao seu aplicativo principal para permitir transmissões em tempo real sem precisar que o usuário tenha os dois aplicativos. A partir desta quarta-feira (14), toda vez que o usuário estiver ao vivo, qualquer pessoa no Twitter ou Periscope poderá entrar para o vídeo e participar da experiência.

E o jornalismo?

Os dados sobre o consumo de vídeos digitais com conteúdos informativos apontam grande potencial para inovações nas organizações jornalísticas. 33% dos vídeos mais vistos têm conteúdos jornalísticos, o que mostra muitas oportunidades para as empresas e para os profissionais.

Do ponto de vista do conteúdo, os dados dão algumas pistas sobre o que mais interessa os usuários. Ao contrário do que se possa imaginar, 60% dos vídeos mais vistos é de hardnews, com notícias sobre política, atualidade e meio ambiente.

Mais uma vez, grandes players, como Facebook, Snapchat e  Twitter, parecem entender bem a necessidade de investir em inovações para disputar espaço no mercado. Já o jornalismo precisa se inspirar e aliar a disponibilização destes novos recursos com modelos de negócio rentáveis para aproveitarem também o potencial dos vídeos online. O potencial existe – basta lembrar que o Facebook escolheu a National Geographic como parceira para fazer seu primeiro ao vivo 360°.