Se a imagem de Deus normalmente está associada àquele quem cria, ou seja, ao criador, na internet a figura muda um pouco de ângulo, pois foi há apenas 15 anos, em setembro de 1998, que surgiu o Google (como empresa, pois o site foi criado um pouco antes). No entanto, pensar a internet (e a “cultura digital”) sem o Google é algo de extrema dificuldade. Para celebrar seu próprio aniversário, a mais famosa empresa de tecnologia e serviços on-line produziu novamente um de seus doodles, uma espécie de jogo que distribuía doces para todos que desejam comemorar a data com eles. Talvez um adolescente escolhesse outro tipo de festa, mas o importante é que a empresa tem o que comemorar.
Fundada em 1998 pelos estudantes de doutorado da Universidade de Stanford Larry Page e Sergey Brin na Califórnia (EUA), a empresa surgiu como uma ferramenta de busca para endereços na internet, popularizando-se em dois anos. O principal diferencial do Google era o mecanismo que analisava as relações entre os sites, diferentemente dos concorrentes que exibiam a lista por meio da contagem dos termos na primeira página. Avaliada hoje em 250 bilhões de dólares, o Google nasceu com um capital de 100 mil dólares e com o slogan “don’t be evil” (em português, “não seja mal”), criado pelo engenheiro Paul Buchheit.
Entre seus principais produtos, estão: Gmail (o serviço de e-mail mais utilizado no mundo), Google Chrome, Google Earth, Google Street View, Google Talk, Google Translate, Google+, Picasa, Sistema Android e YouTube, além do seu site de buscas. O Google já realizou parecerias com grandes empresas de diversos ramos, como AOL, da Time Warner, Fox Interactive Media, da News Corp, Microsoft, Nokia e Ericsson. Mas não é de apenas sucesso que vive a marca, entre os seus produtos que “não deram certo”, podemos citar o Google Buzz, Google Reader e Orkut. O Google Reader tinha oito anos quando foi descontinuado, sendo o agregador de feeds mais utilizado no mundo, mesmo com uma diminuição nos usuários. Após o seu fim, serviços semelhantes ficaram fora do ar, devido ao alto número de acessos. O que parecia pouco para o Google se mostrava muito para seus concorrentes.
No jornalismo, a empresa se destaca pelo Google News, um sistema de busca de notícias na internet, cuja hierarquia da informação não é realizada por humanos e jornalistas, mas por um algoritmo que apresenta as notícias considerando, por exemplo, os sites e a quantidade de vezes que aparece. O serviço, que existe desde 2002, está disponível em mais de 20 idiomas e países, lançando em 2005 a versão em português. Em 2011, o GJOL discutiu o relatório “Navigating news online” produzido pelo The Pew Research Center’s Project for Excellence in Journalism, que observou, dentre outros aspectos, a influência dos agregadores de notícias e das redes sociais no consumo das matérias jornalísticas, e o Google esteve entre os mais influentes. Existe, inclusive, uma profunda discussão entre diversos jornais do mundo e o Google, devido ao seu serviço de busca de notícias e aos problemas legais que ele provocaria, mas esse é um debate a ser realizado em outro momento.
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