Do blog AF de AutoFoco.

A crise financeira, que também atinge a mídia, parece estar fazendo sua nova vítima, agora, no fotojornalismo. A agência fotográfica francesa Gamma, que ficou famosa documentando o levante estudantil de maio de 1968 em Paris e a Guerra do Vietnã, anunciou nesta terça-feira que sua sobrevivência está em risco.

Com a concorrência da Internet desafiando a mídia impressa tradicional, cuja circulação vem caindo em praticamente toda parte, os editores vêm tendo menos dinheiro para gastar com imagens de agências como a Gamma. Some-se a isto a crise financeira internacional, a queda dos anunciantes da mídia impressa e o cenário está montado.

Fundada em 1966, a Gamma encabeçou a geração de ouro do fotojornalismo francês, cujas imagens premiadas de eventos mundiais ganhavam as capas da influente revista Paris Match e as primeiras páginas de jornais em todo o mundo.

A Gamma hoje emprega cerca de 55 profissionais, 14 dos quais são fotógrafos. Se a gamma fechar as portas será o fim de uma agência onde militou gente do porte de Raymond Depardon, Gilles Caron, David Burnett e Françoise Demulder, a primeira mulher a ganhar um World Press Photo, em 1976, com a foto abaixo, feita durante a guerra do Líbano.

Foto: Françoise Demulder/ Gamma.

Post enviado por José Afonso Jr.