Encerrando um período em que o debate foi para o background e acesso livre passou a ser regra para os jornais online, Rupert Murdoch, o magnata da média e controlador da News Corporation, foi o estopim que reacendeu a polêmica, ao anunciar que, em 12 meses, modelos pagos de acesso na Internet poderão ser implantados em todos os jornais da cadeia, que inclui o Times, Sunday Times, The Sun e o News of the World.
Murdoch afirmou que os dias da internet grátis “logo chegarão ao fim” e que o livre acesso aos jornais é um modelo de negócios que “funciona mal”. Ele tomou como exemplo o The Wall Street Journal: ” É óbvio que se pode cobrar por acesso, como mostra a experiência do The Wall Street Journal“.
Mais sobre as idéias de Rupert sobre o jornalismo online pago e sobre a situação financeira de seu império jornalístico pode ser lido em artigo no Guardian, assinado por Andrew Clark.
Também no Guardian, Robert Andrews apresenta um comentário sobre o assunto, onde assinala que site jornalísticos que pensam em começar a cobrar por acesso “devem considerar se eles realmente podem oferecer informações e serviços imprescindíveis, que seus rivais não possam oferecer”. De outra forma, vaticina Andrews, os leitores simplesmente desertarão e buscarão outras fontes, ao invés de colocarem a mão no bolso.
Apesar de Murdoch dizer que é óbvio que o The Wall Street Journal é prova de que pode cobrar, na verdade ele é mais semelhante a uma contra-prova: só pode cobrar – e funciona bem – porque oferece um conteúdo que não se encontra em nenhum outro site da Web.
Quando o The New York Times tentou colocar seus artigos de opinião atrás de uma barreira paga se deu mal: os poucos assinantes que se dispunham a pagar copiavam os editoriais e os difundiam gratuitamente em seus blogs e outros sites informativos.
O único serviço pago do The New York Times que continua ativo e em boa saúde é o de acesso às suas mundialmente famosas Palavras-Cruzadas e outros quebra-cabeças: os fans do gênero pagam U$ 39.95 por ano pelo serviço. E, ainda assim, se você não quiser pagar, pode se divertir com as Palavras-Cruzadas do arquivo do jornal. Gratuitamente. O serviço pago é apenas para se ter acesso aos quebra-cabeças do dia. Paga-se pelo filet-mignon, não pelo feijão-com-arroz…
A discussão está apenas (re)começando…

marcos palacios