“Na internet, a hora do fechamento é sempre agora. Daí vêm a aflição e a insegurança no ato de postar notícias para milhões como quem envia um e-mail a um amigo. Afinal, os profissionais aqui fazem as duas coisas por meio do mesmo botão “enviar”. No site, o erro é percebido no compasso do “on-line, on-time, full time”. O repórter “sobe” (jargão que significa publicar) uma matéria com algumas imprudências, e o leitor, minutos depois, já está reclamando: ” De onde saíram os jornalistas de hoje em dia ? “. Do outro lado da redação, o editor grita:
– Quem subiu formol com “a”? Não tem nada de formal nessa história!
Quando comecei a estagiar no site, a editora Cláudia Meneses, da Rio, me disse:
– Aqui costumamos fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Pois é, mesmo não publicando matérias, no ambiente de treinamento do site, meus exercícios diários são: subir plantões de notícia, transformar o material que o site já tem em matérias, ouvir e gravar o noticiário da rádio CBN, checar e enviar e-mails, produzir galerias de fotos e apurar informações. Só que preciso fazer tudo isso simultaneamente. Talvez seja por isso que, na Rio, trabalho cercado por seis mulheres e apenas um rapaz – pesquisas mostram que elas, ao contrário dos homens, têm a estranha capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Eu sempre gostei do corre-corre. Fiz durante um bom tempo, numa emissora de TV, a “escuta policial” do jornal, ligando para pessoas o dia inteiro, sem parar. Mas a diferença no site é que tudo precisa ser checado e publicado o quanto antes.”
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