“Os jornais se arrastam para seu crepúsculo, mas estou cada vez mais convencido de que as notícias são o menor dos problemas da indústria jornalística. Jornais estão em apuros por razões que quase nada têm a ver com o jornalismo e têm tudo a ver com negócios”.
Esta é a essência da tese defendida por Paul Farhi, jornalista do Washington Post, na American Journalism Review.
Segundo Farhi, “Mesmo um jornal constituído pelas melhores mentes editoriais não teria chance contra as forças tecnológicas e econômicas que se confrontam com o negócio jornalístico. Os críticos estão tomando a coisa da maneira inversa: jornalistas e jornalismo são vítimas, não a causa da situação periclitante da indústria jornalística”.
O artigo de Farhi é muito bem argumentado e merece ser lido e guardado. Talvez para uso futuro, quando formos contar a nossos netos como era o mundo quando ainda existiam jornais…
O artigo recebeu um comentário de Roy Greeslade, em seu Blog no Guardian, que também merece ser lido.
Enquanto isso, na Espanha, o Grupo Dixired, através de seu Blog 233Grados.com, defende que o futuro do Jornalismo na Internet depende de seus profissionais e lança um Decálogo com sua filosofia.
marcos palacios
03/10/2008 at 12:46
Mas se o jornalismo se adaptou à várias mudanças desde o surgimento da imprensa, não está na hora de incorporar as novas tecnologias?
Ou melhor dizendo: a crise do impresso é tão grande assim ou não passa de birra de empresários conservadores que se recusam a aceitar as mudanças dos tempos?
Afinal, se o Google ganha dinheiro com o Adsense, porque um grupo de mídia tem dificuldade em se manter na ativa (ainda mais quando grande parcela da publicidade, pelo menos nos eua até onde me lembro, migra do impresso para o online)?
03/10/2008 at 13:12
só para lembrar, 233 grados é o blog do novo projeto de “factoria de medios” de Mario Tascón, justamente um dos criadores do Dixired (http://gjol.blogspot.com/2008/07/233-grados-centgrados.html) após deixar a direção de conteúdos de Prisa.com/Elpais.com. E, no decálogo formulado pelo grupo, Tascón contribui com o apartado “Los agregadores como aliados”.
abs,
05/10/2008 at 15:43
Muitos autores dizem que o jornalismo não acaba e essa tese serve para provar. Ocorre que a revolução é bem outra:
1. Os jornais impreassos não suportam uma dinâmica tão moderna e perdem o fôlego, que significa dinheiro e empregos;
2. Quem migrar para a mídia digital tende a sobreviver ainda com certo lucro;
3. O jornalismo não acaba porque é técnica e esta é para todos;
4. O open source permite a sobrevivência do jornalismo, mas não do jornalista que todos querem que sobreviva, a não ser no papel de filtro da produção cidadã;
5. As empresas de tecnologia tendem a tratar a informação sem a estética do impresso, portanto estética perdeu sentido para a exposição da notícia;
6. O empilhamento das notícias na web em virtude da agilidade estabelece outros níveis de audiência que em cadeia já está afetando publicitários e relações;
7. Viva a sobrevivência da libertação do jornalismo das amarras que o prendiam aos donos; agora eles vão perceber quão importante eram os tais donos;
8. Cabe aos realizadores cuidar do tesouro que pode perder-se;
9. Emprego para jornalistas? As universidades precisaão redaptar os cursos, se a lei não for derrubada;
9.1. Ora, sem jornais e jornalistas, para que leis!?
10. Esse será outro fim
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@_@♫
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