A página de Multimedia & Technology Training, da Berkely Graduate School of Journalism, traz uma postagem sobre como NÃO usar o Twitter para propósitos jornalísticos.
Duas idéias básicas são sugeridas na postagem:
a) Twitter não é a ferramenta mais apropriada para distribuir notícias; RSS existe para isso;
b) Twitter, como a maioria das ferramentas, funciona melhor quando usada para a finalidade para a qual foi criado (“What are you doing?”).
Tenho dúvidas sobre as duas conclusões.
A própria postagem mostra que – dependendo da forma de uso ( e eles ilustram com a diferença entre o uso que o NYT e a CNN fazem do Twitter) e para notícias mais quentes e urgentes – Twittering pode ser útil também para a difusão de notícias (alertas) jornalísticos.
Quanto a usar de acordo com “as instruções” (“What are you doing?”) é conveniente não se esquecer que é justamente a “apropriação para outros propósitos” de uma tecnologia que faz com que novas tecnologias surjam ou que uma tecnologia criada originalmente para um propósito evolua por linhas inesperadas e muitas vezes socialmente mais produtivas e ricas. Os exemplos históricos e continuamente citados dessa mudança de propósito costumam ser o do fonógrafo e do cinema, que tiveram origem em tecnologias originalmente pensadas como “ferramentas científicas”. Mas com as tecnologias digitais, as “apropriações desviantes” e seus efeitos abundam. No caso da telefonia celular, o uso da estratégia de “toques” pelos adolescentes (uma utilização claramente “desviante”) está na raiz do desenvolvimento das mensagens SMS e tudo que dai decorreu….
Portanto, minha posição pessoal sobre usos do Twitter no jornalismo é muito simples: “invente um”! (e – é claro- compartilhe conosco sua invenção…)

marcos palacios