Last Dream. Um dos últimos sonhos de um velho cego, através da narrativa de seu neto. Use o mouse para circular peloespaço da narrativa e clic com o botão esquerdo e segure para pegar coisas. Com a chave se entra na casa.
Há várias outras experiências desse tipo no site de Andy Campbell, Dreaming Methods.

Flash Fiction ou Micro Fiction está sendo experimentado como um possível novo (?) gênero literário por alguns autores. Flash aqui significa “rápido e breve” e não necessariamente algo produzido com o software Flash. Ainda que algumas peças sejam produzidas justamente com Flash. E já existem até dicas práticas de como escrever Flash Fiction, com ou sem Flash
Quer uma história do (sub?) gênero no Brasil, desde antes da Web? Tem aqui.
E claro que não faltam blogs sobre Flash Fiction. E está disponibilizada uma revista, a 3:AM , com alguma Flash Fiction brasileira.

A relativa lentidão no estabelecimento de gêneros (ou sub gêneros?) no que diz respeito à literatura na Web é algo que me intriga. Por um lado, evidentemente, a literatura se transpõe perfeitamente para a Web, que passa a servir-lhe de suporte e repositário. Testemunhas disso são o agora já avoengo Gutenberg Project e, para ficarmos no plano da língua portuguesa e do contemporâneo, o Jornal da Poesia, de Soares Feitosa. Dois maravilhosos projetos. Mas são espaços transpositivos, nos quais o que foi criado para o papel encontra nova guarida e multiplicada difusão.

Mas é quanto à utilização do suporte Internet para a ficção, com utilização de todas as características e recursos do suporte?
Enquanto o jornalismo vai se adaptando e econtrando formas sempre renovadas, à medida em que as conexões rápidas vão possibilitando novas aventuras multimiáticas e interativas, a literatura parece ainda não haver encontrado caminhos não transpositivos. Já me alonguei sobre essa comparação entre Jornalismo e Hipertexto de Ficção em um ensaio acadêmico, fazendo um paralelismo dos rumos dos dois formatos discursivos em sua migração para a Web. Jornalismo e Hiperficção entram simultaneamente na Internet, mas seguem percursos muito diferenciados, que busco identificar e explicar no ensaio.

Talvez a Micro Ficção, a Flash Ficção – com ou sem Flash – possam levar a novas experimentações que mais amplamente explorem as potencialidades (hipertextualidade, interatividade, multimidialidade, memória, personalização) do suporte.

Mas, por agora, desfrutem dos Dreaming Methods

marcos palacios