Um relatório patrocinado pela British Library e intitulado “Information behaviour of the researcher of the future” (Comportamento informacional do pesquisador do futuro), investiga os hábitos de pesquisa na Internet da chamada Geração Google (GG), ou seja os nascidos desde 1993.
De modo geral, o relatório desmitifica a idéia de que os usuários jovens são “grandes buscadores na Web” e acaba por concluir que eles “tendem a usar aplicações muito mais simples e menos numerosas do que muitos imaginam”.

Baseado nas análises de sessões de uso de Internet (logs) de um grupo de estudantes pertencentes à GG, o estudo pretendeu superar os estereótipos e buscas compreender qual a relação dessa nova geração com a informação existente na Internet.
É verdade que os jovens preferem sistemas interativos a sistemas passivos e que eles são, de uma forma geral, competentes com relação às tecnologias que usam, mas não é verdade que sejam “pesquisadores experts”, uma idéia classificada pelo estudo como “mito perigoso”. Saber como usar bem o Facebook, por exemplo, não faz de alguém um buscador exímio.
Outro mito comum é que com a chegada da Internet o respeito pela autoridade estaria morto (com a Wikipedia geralmente citada como exemplo), não havendo mais “peritos” na Internet e tudo se transformado numa questão de “peer to peer“. O relatório diz que isso também é um “mito” e assinala que “professores, parentes e livros-textos são consistentemente avaliados como ‘ superiores’ à Internet”.
Outro chavão corriqueiro: “estudantes hoje em dia são impacientes, incapazes de esperar, demandando grarificação instantânea, com qualquer esforço ou espera simplesmente levando-os a desistir e navegar para outro site”. Falso também, revela o relatório, informando que não há evidência para esse tipo de afirmativa.
Enfim, parece que se fala demais e pesquisa-se de menos, quando o assunto é o comportamento dos jovens na Web.
O estudo é um bom ponto de partida para a construção de julgamentos menos baseados em preconceitos e impressões superficiais.
O estudo está disponível em pdf.
marcos palacios