Bruno Patino, Vice Presidente do grupo Le Monde e Presidente do Le Monde interactif, afirmou que a integração linear das redações, como no caso do The New York Times (USA), do Daily Telegraph (Inglaterra), Fairfax (Austrália) e outros, é uma forma de neo-Taylorismo:
“É Taylorismo,” says Patino. Cada operário na linha de produção dando uma mão de pintura em um carro, sem perceber que eles estão- ou deveriam estar – trabalhando em carros completamente diferentes. É um modelo baseado na organização do século XX, ao invés da reinvenção da redação para o século XXI”.
A opinião foi formulada em uma entrevista para o Editors Weblog sobre convergência e formas de integração das redações para a produção em plataformas múltiplas.
“Para começar- afirma Partino – a questão real subjacente não deveria ser a integração, mas sim como oferecer um melhor produto editorial para uma variedade de plataformas.”
“Em dois anos, essa questão de integração ou não-integração vai parecer obsoleta” – completa ele – vaticinando que num futuro próximo (três anos provavelmente) um novo modelo de redação baseado em organização do trabalho vai emergir.
A distribuição de tarefas será a principal ocupação de um editor. Alguns trabalhos serão adaptados para apenas uma plataforma, outros para uma multiplicidade delas, enquanto alguns permanecerão “agnósticos” em termos de plataforma.
Patino sugere que cada plataforma deve ser analisada de acordo com três eixos:
*diferentes relações com a linguagem, ou seja com as técnicas de literalidade e de contar histórias (storytelling and literacy);
* diferentes relações com a audiência, que tem diferentes necessidades, a depender da plataforma, e que agora também toma parte da produção de conteúdos;
* diferente relações de temporalidade, a sensibilidade temporal do meio.
Para Patino, o processo de integração linear, que supostamente afinaria a máquina de produção de notícias, na verdade só faz distanciá-la da especificidades desses eixos.
Mais no Editors Weblog, que também oferece links para discussões correlatas.

marcos palacios