A compra da Fernando Chinaglia Distribuidora pelo Grupo Abril, criando dessa forma um monopólio nacional de distribuição de publicações em bancas de jornais e revistas, está gerando fortes repercussões no mercado editorial brasileiro, que foi pego de surpresa pela transação. A fusão das duas maiores distribuidoras do Brasil – e a criação da Treelog S. A. Logística e Distribuição, uma nova empresa da Abril – foi comemorada por alguns, mas muito criticada por outros.
Segundo comunicado da Abril, com a transação, a Distribuidora Nacional de Publicações (Dinap) – de propriedade da Abril – e a Fernando Chinaglia Distribuidora unificam logística e distribuição, mas seguem com administração e operações comerciais separadas, atendendo normalmente seus respectivos clientes.
O objetivo da fusão, ainda segundo o comunicado, é “alcançar eficiência ainda maior na distribuição de publicações”, levando em conta também o “surgimento e consolidação de novas plataformas de distribuição, notadamente a internet e demais mídias digitais”.
Várias editoras vêem com ressalvas e até apreensão o surgimento da Treelog. Para Renato Rovai, editor da revista Fórum, distribuída pela Chinaglia, se todo o mercado de distribuição se concentrar nas mãos de uma única empresa, cria-se um “risco grandíssimo” de que ele seja manipulado. “Sempre fizemos críticas à Veja. Será que empresa da Abril vai continuar distribuindo nossas revistas?”, questiona Rovai.
Como a fusão é entre as duas maiores empresas de distribuição do país, ela ainda terá de ser aprovada pelo órgão antitruste do governo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Grupo Abril tem 15 dias – a contar da data da aquisição (11/10) – para comunicar a compra.
Leia detalhes da repercussão entre as Editoras na Revista Imprensa.

marcos palacios