Paul Steiger, que por 16 anos foi o principal editor do The Wall Street Journal, em associação com dois patrocinadores californianos, está montando um grupo de jornalistas investigativos, que vai produzir material para ser distribuído para empresas de mídia. Ele estará à frente da Pro Publica, um grupo sem fins lucrativos, e acredita que a iniciativa terá fortes efeitos na mídia tradicional, uma vez que os projetos serão de longo prazo e direcionados para levantar crimes e desvios de todo o tipo no governo, negócios e organizações em geral.
Os principais financiadores são Herbert M. e Marion O. Sandler, ex-executivos de uma financeira californiana, que doaram 10 milhões de dólares para o lançamento do projeto, que está sendo apoiado por várias fundações.
Segundo Steiger, aprofundamento e continuidade são elementos fundamentais para o jornalismo investigativo, que encontram resistência em termos financeiros nas organizações de mídia, devido a orçamentos apertados.
Trabalhando em uma organização sem fins lucrativos, Steiger espera ter a liberdade e o tempo necessários para levar adiante projetos investigativos de peso, que teriam dificuldades de serem bancados por empresas privadas de comunicação.
Pro Publica planeja estabelecer uma redação em Nova Iorque, com 24 jornalistas – um dos maiores grupos de jornalismo investigativo já formado – apoiado por dezenas de outros funcionários. Os salários serão comparáveis àqueles pagos pelos grandes jornais norte-americanos.
Os paralelos mais próximos em existência são o Center for Investigative Reporting, em San Francisco, e o Puliutzer Center on Crisis, que apoiam a produção de peças jornalísticas investigativas de fôlego, posteriormente facilitando sua veiculação na mídia.
Steiger pretende montar uma equipe mista, incorporando jornalistas de peso no cenário norte-americano, juntamente com jovens repórteres, de maneira que a Pro Publica possa se tornar um espaço de formação para os mais jovens e talentosos.
Via The New York Times

marcos palacios