Os dois mais importantes jornais britânicos online – The Guardian e The Times of London – têm agora mais leitores norte-americanos que britânicos. O Independent, um diário menor porém igualmente sério, tem duas vezes mais leitores norte-americanos que britânicos e o próprio Daily Telegraph, com suas inclinações claramente conservadoras, vai pelo mesmo caminho.
Os números são de um levantamento recente do Nielsen/NetRatings.
O que explica a tendência?
Segundo um artigo do Los Angeles Times, não há como creditar o fenômeno apenas a uma atitude snob de alguns norte-americanos. A resposta parece estar no fato de que os jornais britânicos colocam muito mais ênfase em análises e opiniões do que os seus congêneres estadunidenses.
Poderia isso ser uma sinalização de para onde deveriam estar se movendo os jornais norte-americanos?, pergunta o Los Angeles Times.
“Os jornais podem diferenciar-se da atual e indiferenciada cacofonia de consideráveis e frívolas (substantial and frivolous) opiniões na Internet – e melhor servir seus leitores – insistindo que suas análises e comentários se apoiam em fatos discerníveis. Numa sociedade que parece cada vez mais dividida em termos de linhas partisans, isso seria um grande serviço”, afirma o Los Angeles Times.

Muito interessante, mas convenhamos que com essa visão tão simplista de Internet, e continuando a reivindicar exclusividade de “apoio em fatos”, já dá para começar a desconfiar das tais “análises e comentários apoiados em fatos discerníveis” preconizadas pelo Los Angeles Times para a mídia tradicional

marcos palacios