Rodrigo Lara Mesquita, bisneto de Julio Mesquita, diz que “Apesar de ter trabalhado mais de 20 anos para esta empresa e ser acionista dela, não saio em sua defesa. Como bisneto de Júlio Mesquita, que cunhou a frase ‘Não procuro dirigir nem criar a opinião pública no meu Estado. Ao contrário, procuro apenas sondar com cautela as opiniões em que o Estado se divide e deixo-me ir, confiado e tranquilo, na corrente daquela que me parece seguir o rumo mais certo’, dou-me o direito de acreditar que os gestores do Estadão pisaram na bola sem querer. Ou, talvez, por falta de informação.
Meu bisavô morreu em 1927. Naquela época os jornais que valiam a pena ainda eram ferramentas de articulação da comunidade em que estavam inseridos. Não procuravam ditar as regras nem acreditavam que eram donos da verdade. E, como a sociedade era muito menos complexa e diversa da que vivemos, eram veículos adequados para interagir de forma intensa e íntima com o público. Por isso eram capazes de representar os anseios e expectativas do público.
Se meu bisavô estivesse vivo, com certeza seria mais um dos entusiastas sobre as possibilidades que se abrem em função da evolução da Rede e suas tecnologias, que trazem a perspectiva de uma participação direta do público no processo – a nova ferramenta de articulação de uma sociedade em constante processo de fragmentação e disrupção”.
É sobre este processo que ele fala no vídeo acima.

marcos palacios