O vice-presidente técnico da Tam, Rui Amparo, informou ontem no Jornal Nacional (Globo) que o air bus tinha o defeito em um “reversor de turbina”. O reversor foi desligado, ou “finado”, segundo Amparo (expressão no mínimo infeliz, com quase 200 “finados” soterrados nos escombros ou no Instituto Médico Legal, aguardando reconhecimento).
Na segunda-feira, o mesmo avião fez um pouso difícil em Congonhas, vindo de Belo Horizonte. O piloto avisou que a pista estava escorregadia e que teve problemas para pousar.
Ainda assim, segundo Amparo, nenhuma providência foi tomada porque o “Manual” permite voos até com dois reversores travados, a não ser em pistas “muito contaminadas”, ou seja sob forte chuvas.
A condição não foi considerada “contaminada”, na segunda-feira, e o avião continuou operando, para o mesmo aeroporto, onde sabidamente as pistas são pouco seguras.
Estamos em pleno inverno paulista.
Amparo acabou declarando que não podia falar sobre a pista, mas só sobre a “máquina”.
Ou seja, um labirinto de contradições.
Conclusão inveitável: a TAM sabia que o acidente fatal poderia ocorrer a qualquer momento e não tomou providências porque, segundo Amparo e o “Manual”, o aparelho pode operar com esse defeito por até 10 dias, “em qualquer condição de pista”. Ou seja, a “contaminação” ficou delegada para as mãos de Deus…
Parece o máximo do absurdo, mas foram as declarações dele.
Há um vídeo com as declarações dele no site do Jornal Nacional.
Confiram.
marcos palacios
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