O rabino Michael Lerner, editor da revista online Tikkun, publicou um artigo fazendo a defesa de alguns tipos de spams. Ele sai em defesa de spams de caráter político e “progressista”, como por exemplo apelos contra a guerra do Iraque, ou contra destruição do meio ambiente, enviados por organizações pacifistas.
O argumento central de seu posicionamento é o seguinte:
“Eu tenho direito à privacidade”, algumas pessoas dirão. “Eu não quero que causas políticas invadam meu espaço, a não ser que eu solicite. Se algum amigo meu manda-me informação, eu não chamo isso de spam, mas organizações que eu não conheço, não têm o direito de enviar informações para meu mail-box”
Esse tipo de argumento – continua o Rabino Michael Lerner – seria muito mais persuasivo se direcionado para demandar uma emenda constitucional que banisse toda forma de publicidade não solicitada em espaços públicos. Tomemos o oudoors, por exemplo. Eu saio para um passeio na minha rua e, repentinamente, vejo-me confrontado com um outdoor onde uma mulher quase desnuda convida-me a consumir algum produto. Por que isso não é banido como spam? Ou as publicidades na televisão, quando o que eu quero e saber as notícias e tomar conhecimento do que está acontecendo em minha vizinhança, ou nos jornais? Eu não pedi a publicidade, mas ela me assalta não menos que as mensagens não solicitadas recebidas em meu e-mail.
Infelizmente, a resposta é que o spam que está sob pressão é aquele que se origina em organizações sociais que pregam a mudança, é o spam daqueles que não têm recursos para comprar publicidade na mídia ou colocar outdoors nas estradas. Os ricos e as corporações tem suas maneiras de forçar suas mensagens em nossos “espaços privados” e a maioria das pessoas aceita esse fato e não luta contra ele”.
Rabino Michael Lerner é presidente da Network of Spiritual Progressives, que propõe um Plano Marshall Global como forma de resolver os problemas do mundo.

marcos palacios