Um artigo de Mike Musgrove, publicado no Washington Post, chama atenção para um fato que começa a se repetir: declarações de desistência ou drástica redução do uso de e-mail.
Inundadas por profusões de mails de todos os tipos e origens: mensagens pessoais, de trabalho, spams, piadinhas, pedidos de socorro, questionários, etc, etc, um número cada vez maior de pessoas está decidindo não mais usar correio eletrônico, ou redizir seu acesso a um número de pessoas escolhidas a dedo (familiares, sócios, colegas, etc), através do uso de filtros que eliminam ou devolvem as mensagens de todos os outros remententes que não estejam listados.

Dentre os “desistentes”, geralmente profissionais de alguma saliência em suas áreas, que vêm a público explicitar suas razões há professores universitários.
Eu próprio, – não enquanto saliente, mas enquanto professor -, ainda que não possa declarar moratória de e-mails, estou tomando algumas providências. Por exemplo, não aceito mais trabalhos de estudantes enviados por e-mail. Aceitá-los estava me obrigando a lê-los e corrigi-los na tela, ou imprimi-los às custas de meus caríssimos cartuchos. Agora só aceito trabalhos impressos.
Desistir do mail não me parece solução viável, pelo menos a estas alturas. O jeito é recorrer a anti-spams eficientes e ter respostas padrão para algumas solicitações.
Por exemplo, quando recebo pedidos de estudantes (na maioria das vezes desconhecidos) solicitando listas de bibliografia sobre um determinado assunto, respondo sempre com uma mesma mensagem, já disponível em minha caixa de rascunhos:
“Prezado(a): o levantamento bibliográfico é parte essencial de qualquer trabalho acadêmico. Não posso fazer isso por você. Recomendo começar por sua biblioteca e pelo Google Acadêmico. Saudações e boa sorte com seu trabalho.”

marcos palacios