Chris Daly, professor de jornalismo na Boston University (Estados Unidos), sugere uma maneira superar a crise que vem ameaçando os jornais impressos na maioria dos países: a formação de cooperativas de leitores, que passariam a ser os “donos” do jornal.
Ele começa perguntando se quem é o proprietário e como se é proprietário faz diferença para o jornalismo. Sua resposta é um contundente “é claro que sim!”.
A idéia é que os leitores se tornem acionistas majoritários, através da compra de ações dos jornais.
Daly ilustra afirmando que, se um milhão dos assinantes do Times comprasse, cada um deles, ações num valor de cerca de U$ 2.000, eles se tornariam acionistas majoritários do jornal.
“Se todos nós, que levamos o jornalismo a sério, fizéssemos um esforço nesse sentido, poderíamos chegar lá”.
É claro também, ressalta o professor, que muitos dos leitores do Times não têm recursos para investir U$ 2.000 num empreendimento desse tipo, mas haveria também outros dispostos a investir um pouco mais, e uma minoria que poderia comprar um número bem elevado de ações.
Roy Greenslade, em seu blog, apresenta os principais pontos da proposta de Chris Daly, porém argumenta que o esquema já foi tentado em 1991, com o Grupo Mirror, sem sucesso. No entanto, – assinala também Greenslade -, naquele caso o que pode ter acontecido é uma falta de confiança dos leitores e potenciais investidores no Grupo, levando-os a não embarcar na aventura. Com grupos mais confiáveis, a história poderia ser diferente.
marcos palacios