Seamus McCauley, no Virtual Economics , levanta uma hipótese sobre uma possível diminuição do valor do jornal ao ser transposto para a Internet.
O argumento é o seguinte: os jornais (impressos) oferecem aos seus leitores muito mais que notícias, pois há igualmente uma larga proporção de seus espaços dedicados a fornecer distração. Apesar de tendermos a estabelecer uma imediata identificação entre “jornal” e “notícias” (necessidade), para os seus leitores, o jornal (impresso) é, em grande medida, também um “passatempo” (luxo).
Para quem está online, no entanto, – segue o argumento de McCauley -, o que não falta é “distração” e formas de “passar o tempo”: infindáveis navegações, buscas, troca de email, Orkut, vivências em mundos virtuais, postagens e comentários em blogs, álbuns fotográficos, vídeos gratuitos, etc, etc, etc.
Sendo assim, McCauley joga uma pergunta provocativa: será que os jornais, enquanto dispositivos midiáticos, ao serem transpostos para a Internet, não carregam apenas a metade de seu valor original?
Passamos de uma era das “notícias” como necessidade e luxo, para apenas “notícias” enquanto uma necessidade?
Parece plausível?

marcos palacios