A professora da Faculdade de Comunicação da UFBA e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL), Jan Alyne Barbosa, participa da Compós 2021 com o trabalho ‘A Abordagem Formal em Multimodalidade como Episteme e Metodologia Subjacentes às Práticas de Datificação’. A apresentação acontecerá no próximo dia 28/07, entre 14h e 15h. Confira abaixo, em primeira mão, o resumo do Artigo (formato adaptado).
“O objetivo do artigo é demonstrar como a abordagem formal em multimodalidade dispõe de episteme e metodologias subjacentes às práticas de datificação. Para tal, partiu-se da definição de modo semiótico como algo resultante da interdependência de três estratos semióticos: a materialidade e suas regularidades, que formam a base para o nível da forma – descritos em termos de sua estrutura retórica, que, por sua vez, é mediada pelo nível da semântica do discurso (Bateman, 2014).
A materialidade e suas regularidades podem determinar o foco de análise/observação, a depender do que se deseja saber sobre o artefato, e considerando propriedades comunicativas que são reguladas pelo artefato em questão. Em seguida, identifica-se as atividades que acontecem nos (sub)canvases ou na situação observada, a partir das quais é possível derivar uma base material de anotação, com esquemas (diagramáticos) de interpretação, anotados, grosso modo, em termos de entidades, propriedades e relações (Bateman, 2021, on-line).
A semântica do discurso multimodal, por sua vez, dispõe de episteme e método destinado a formalizar a semântica (forma lógica) necessária para a estruturação do conhecimento em torno da aprendizagem algorítmica. A semântica do discurso multimodal nos ajuda, nesse sentido, a obter “quadros de valor” para o discurso, uma vez que especifica relações discursivas entre as cláusulas no nível proposicional e permite a análise da coerência entre os segmentos de discurso em diferentes níveis de detalhe.
A abordagem formal em multimodalidade contribui, assim, para o aprimoramento de valores heurísticos para o discurso multimodal, lançando mão de um vocabulário próprio e útil para as práticas de datificação. Nesse sentido, dispõe de ferramentas analíticas precisas para formalizar e analisar maneiras pelas quais os “dados” podem ser modelizados, para que possamos descobrir e fomentar práticas criativas de discurso em interação”.
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