Em meio à discussão sobre a crise nos jornais e no jornalismo, Carlos Castilho, doObservatório da Imprensa, coloca uma outra perspectiva pouco abordada: “até agora poucos se deram conta de que a atividade jornalística também está em questão”.  No artigo intitulado “a crise dos jornais está na agenda, e a dos jornalistas?” Para ele, a Web não está forçando apenas as mudanças de modelos de negócios das empresas de comunicação, mas também as rotinas jornalísticas. Neste sentido, como aponta, mesmo que os conglomerados encontrem novos modelos de negócios para sobrevivência e convivência com o mundo digital é possível que as redações sejam mais enxutas e distintas das atuais.  Logo, os jornalistas terão que buscar formas alternativas ou se preparar melhor para enfrentar o novo cenário e, inclusive, a convivência com os repórteres cidadãos. Duas questões são postas por Castilhos como forma de problematizar a situação numa perspectiva futura: 

“1) O que o futuro reserva para a atividade, descartada a opção por jornais e revistas no formato tradicional;

2) Como será possível sobreviver numa nova realidade marcada pela participação dos cidadãos como produtores de notícias e pela necessidade de especialização para ocupar nichos informativos vagos até agora pela inexistência de público consumidor significativo?”

A discussão é interessante porque entrelaça os processos de convergência em andamento, as discussões sobre a crise instalada na indústria de comunicação e as mudanças trazidas pelas novas ferramentas digitais e o fluxo de produção e distribuição de conteúdo no jornalismo contemporâneo. Leia, portanto, o artigo completo para se inteirar dos argumentos apresentados pelo autor. 

Fernando Firmino