Se o fenômeno Blog registra dentre suas características a criação e abandono quase imediato de um incontável número de novos blogs a cada dia, o mesmo acontece com o Twitter. As facilidades de registro e uso imediato da ferramenta, conjugadas com sua crescente visibilidade midiática, têm incentivado levas e levas de pessoas a se registrarem no Twitter.
A questão é: quanto tempo dura a animação?
Para muitos o brinquedo perde a graça muito rapidamente.
É o que assinala matéria distribuída pela Reuters e indicada pelo Alex Primo (no Twitter, é claro…)
60% dos novos usuários deixam de usar a ferramenta em um mês ou menos. A empresa não divulga o números total de usuários registrados, menos ainda o total de Twitteros ativos.
A matéria da Reuters não fala de causas de abandono. Uma me parece óbvia: se for apenas para ficar dizendo “What I am doing” (acordando, escovando os dentes, tomando café da manhã com torradas, vestindo uma roupa para sair, chegando ao escritório….) a brincadeira tende a se esgotar muito rapidamente.Usos mais continuados parecem estar cada vez mais associados a apropriações que levam a ferramenta para além do “oi, estou aqui fazendo tal coisa”, ainda que sem eliminar essa dimensão intimista que é o elemento que dá um certo “charm” e produz o aspecto diferencial do Twitter.
Combinar o “estou me penteando para dar uma saída e assistir a um filme de Merryl Streep”, com dicas,informações, idéias, pensamentos que possam ser de interesse menos auto-centrado e menos narcisista parece ser o segredo de “seguir” e “ter seguidores”. Até porque – cá entre nós – se a coisa ficar apenas no “doing this, that or the other”, o que me interessa saber (mesmo em se tratando de amigas ou amigos próximos) se alguém comeu torradas com geléia ou aipim com manteiga no café da manhã?

marcos palacios

PS- Via Raquel Recuero (no Twitter, é claro…), o link para o artigo original da Nielsen que causou a avalanche de postagens sobre baixa retenção do Twitter.