O Professor André Lemos, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia, um dos mais importantes pesquisadores brasileiros da Cibercultura, lançou um Manifesto sobre as Mídias Locativas, no qual define, problematiza e festeja as mídias locativas.
Alguns trechos:

“Tudo é locativo: aprendemos, amamos, socializamos, jogamos, brigamos, festejamos, trabalhamos…, sempre de forma locativa. Não há nada fora do tempo ou do ESPAÇO. E o espaço social é o LUGAR. Em tudo, o lugar é o que importa (…)

Lugar é composto por fluxos de diversas territorializações. Ele é sempre dinâmico e, ao mesmo tempo, enraizado. Lugar é vínculo social. Lugar é fluxo de emoções, é topos, é memória e cristalização de sentimentos. Lugar não é fixação mas interrelação. Com as mídias locativas, o lugar deve ser visto como fluxo de diversas territorializações (sociocultural, imaginária, simbólica) + bancos de dados informacionais. Espaços visíveis marcados por fluxos invisíveis de informação circulando por redes invisíveis (…)

Ache um equilíbrio entre o clique generalizado no mundo da informação e a contemplação ociosa. Desconecte e reconecte os seus dispositivos, sempre, diariamente, permanentemente. Pare, feche os olhos, abra os ouvidos e desloque-se apenas pelo pensamento, essa desterritorialização absoluta (Deleuze)(…)

Construa mapas que desconstruam visões de mundo. Produza mapas do que não é mapeado em seu entorno, do que é invisível aos olhos bem abertos. Escape do cartesianismo, do racionalismo e das coordenadas geoespaciais. Tente usar as mídias locativas para descentralizar o poder de construção de mapas e de sentido sobre os lugares. Como diz Meyrowitz: “toda mídia é um GPS mental”.(…)

marcos palacios