Muito tem se discutido sobre o futuro dos jornais no mundo, inclusive com algumas profecias por parte dos estudiosos e profissionais na área com data e hora para morrer como a feita por Philip Meyer no livro Os Jornais podem Desaparecer?. A Folha de São Paulo discute hoje no caderno Mais! [acesso só para assinantes] sobre esta temática. A abordagem vem do artigo denominado “O Futuro dos Jornais”, de Eric Alterman, originalmente publicado na revista New Yorker. Na versão em português ganhou a interessante introdução de Eleonora de Lucena, editora executiva da Folha de S. Paulo que apresenta um tom otimista quanto a sobrevivência dos jornais impressos no Brasil frente ao avanço da internet, e diz que os jornais buscam se aprimorar para atrair o leitores jovens, acostumados a ler na tela.
Entretanto, o artigo de Eric Alterman reflete outra realidade para o futuro dos jornais diante da Internet. O tom dele parece mais pessimista, principalmente em relação aos Estados Unidos, contexto que ele analisa. Segundo ele no mercado americano há uma defasagem nas vendas e na credibilidade dos jornais impressos. Os jornais estadunidenses independentes perderam valor no mercado em 42% e estão perdendo receita com a extinção dos classificados que migram para o Craiglist na web e que, por isso, seriam fortes candidatos a peças de museus nos próximos anos, dada a evolução da internet. Eric Alterman enfatiza ainda que desde 1990, o modelo de negócio operou na lógica das demissões, enxugamento orçamentário e redução de formato. Alterman acredita que uma das principais mudanças na migração do impresso para o digital esteja na natureza da notícia.
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