Amigos, amigas
deixo para vocês, a título de mensagem natalina, este poema de minha amiga e colega Rosângela Vieira Rocha, professora e escritora.
Ela fala do que eu gostaria de falar, a todos e a cada um de vocês.

Não vou falar de Natal,
(desde sempre muito igual)
de perus, de rabanadas
ou de enormes saladas,
nem tampouco de pinheiros
enfeitando os fins de ano
ou de bolas coloridas
em nossas salas e vidas.
Deixemos Papai Noel
entregar os seus presentes,
figurinha carimbada
no fundo de nossas mentes.
Quero falar da amizade,
das visitas que não fiz,
de quanto quero dizer
que você me faz feliz.
E não lhe telefonei,
enquanto o ano passava,
sempre com tanto serviço,
cada vez mais me afastava
do sorriso iluminado
que é o seu, quando me vê:
como fui trabalhar tanto
sem ligar para você?
Entre aulas e projetos
infinitas reuniões,
que não se acabavam nunca,
dizia, com meus botões:
amanhã procuro o amigo.
A amiga, onde andará?
Mas então caía a noite
e assim deixava pra lá,
pois é duro lecionar
tirar daí o sustento,
inda lidar com enredo,
personagens, argumento.
Além de me devotar
à deusa Literatura
juntei-me a outros fiéis
para criar estrutura
que suavizasse, em Brasília
o caminho do escritor,
deixando-lhe praticar
sua vocação, seu pendor,
pois a Deusa cobra um preço
bem difícil de pagar
quer devoção exclusiva
e ai de quem se negar.
Saiba assim de meu afeto,
desculpe-me, se possível;
desejo que o novo ano
seja realmente incrível.
Que haja, em 2008,
mais encontros que saudade;
que todo o cinza do mundos
se transforme em claridade.
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Um grande abraço,
marcos palacios