A World Association of Newspapers colocou a questão: Como serão os jornais em 2020?,
e Jeff Jarvis, professor e diretor do programa de jornalismo interativo da City University of New York, procurou respondê-la em uma palestra realizada ontem.
Jarvis começou questionando a própria pergunta e afirmando que “os jornais não são sequer um produto. Jornalismo é um serviço, um processo um princípio organizativo. E graças à tecnologia que alguns percebem como uma ameaça aos jornais – ou seja, a internet – esse serviço pode agora se expandir de muitas maneiras, transformando o jornal em algo novo e em algo mais – a um custo menor. Assim, ao invés de perguntar como os jornais serão, deveríamos estar perguntando o que a relação entre uma organização jornalística e a sua comunidade pode vir a ser”.
Jarvis faz questão de ressaltar que não está predizendo que os jornais em papel desaparecerão totalmente:
“Os produtos impressos podem continuar a existir e, em alguns países, até crescer. Mas eu não choraria sua morte, desde que consigamos maneiras de fazer com que o conteúdo jornalístico materializado nesse suporte-papel sobreviva e prospere. Jornais não devem ser definidos pelo seu meio. Não são apenas papel. Sua força e ser valor não advém apenas do controle de seu conteúdo e sua distribuição.”
Ao redor de 2020, continua Jarvis, temos esperança de que “os jornais não sejam apenas jornais porém membros valiosos de redes mais alargadas que possibitarão que suas comunidades recolham, compartilhem e façam sentido de toda a informação noticiosa de que necessitem”.
Ele prediz que aí por 2020, “as organizações jornalísticas que sobreviverem estarão construídas sobre a base de largas e eficientes redes. Elas estarão anunciando não somente nos conteúdos que criam, mas em volume ainda maior no conteúdo que outros criam. Isso significa que é necessário encorajar que outros criem mais conteúdos de qualidade. Eu defendo que isso é a chave para o desafio estratégico colocado para os jornas: como agregar mais e produzir menos, como possibilitar que outros produzam mais conteúdos, de modo que possamos construir redes mais alargadas ao redor desses conteúdos”.
O texto completo da apresentação de Jeff Jarvis está no BuzzMachine.

marcos palacios