Um oportuno desdobramento, nascido em torno de discussões a respeito de um recente editorial do Los Angeles Times, atacando o Google News por permitir comentários nas notícias que veicula, diz respeito ao uso dos links no jornalismo na Web.

Em uma postagem no Wordblog, Andrew Grant-Adamson pergunta: “se a história está nos links, quem vai segui-la?”.
A pergunta originou-se de uma conversação entre Jay Rosen, Shane Richmond e Andrew Grant-Adamson, em torno do editorial do L.A. Times, na qual Richmond defende que os principais argumentos de Rosen não estão em seu texto, mas nos links que insere em sua intervenção.
Grant-Adamson usa a oportunidade para fazer comentários sobre a utilização de links no ciberjornalismo, que me parecem de interesse geral e devem servir para a reflexão de todos nós.
Em uma peça jornalística o mais importante pode estar nos links? Até que ponto os links são recursos complementares? Até que ponto podem constituir os elementos centrais ou condutores na construção de uma narrativa jornlística?
Vejamos o que diz Grant-Adamson:

“A habilidade de hiperlinkar para material fonte é uma das melhores coisas que a web trouxe para o jornalismo e é muito pouco usada nas páginas do jornalismo online. A hiperlinkagem cria muito maior transparência, permitindo que o leitor examine material original, opiniões e discursos. Os leitores ficam melhor equipados para formarem suas próprias idéias.
Ao escrever uma postagem para um blog, eu desenvolvi quatro regras de likagem:
1. O texto da postagem deve ser construído de modo a poder ser lido e fazer sentido sem que se siga qualquer dos links;
2. Faça links para todo o material-fonte possível, fornecendo, pelo menos, uma breve indicação de seu conteúdo;
3. Quando não for possível linkar porque o material não está online, cite mais extensamente a partir dele;
4. Em áreas nas quais se espera que os leitores tenham conhecimentos, mas suspeita-se que alguns podem não tê-los, forneça links para material de apoio, como biografia ou história.”

Este roteiro, que Grant-Adamson construiu como guia para suas postagens, parece-me bastante sensato para ser adotado como “regras mínimas” para o uso de links em qualquer peça jornalística.
marcos palacios