Mauro Malin, no Em Cima da Mídia, do Observatório da Impresa, reproduz uma entrevista com Marcelo Beraba, ombudsman da Folha de S. Paulo, que exercerá pela última vez sua função no próximo domingo. Ele terá cumprido três mandatos anuais no cargo.
Ao retirar-se Beraba fez um balanço de sua trajetória no cargo. Ele vê a imprensa como uma cadeia, uma rede:
“Não basta só a Folha ter credibilidade, o Estado, o Globo, a TV Globo. Quando se começa a ter problemas em um, dois, de uma certa maneira atinge-se toda a cadeia”.
Desde abril de 2004 houve duas eleições presidenciais e o escândalo do “mensalão”. Beraba não endossa a idéia de uma “conspiração da mídia” contra o governo Lula, mas avalia que em alguns momento ela errou. Faltou equilíbrio, faltou pluralismo. Faltou cobertura do estado e da cidade de São Paulo, que teria mostrado falhas de governos tucanos. Faltou apuração jornalística própria. Na opinião do ombudsman, os jornais estão erráticos há bastante tempo.
O ombudsman é pessimista em relação ao futuro imediato dos jornais. “As redações ficaram bastante debilitadas com essa crise toda dos últimos anos”, diz. “Não estão paralisadas, não estão estagnadas, mas a mudança é pontual, é reposição de peça”.