O fim do "404 File Not Found"? Links permanentes para citações de páginas Web

Um dos maiores problemas para o uso de material online como fonte, especialmente  em publicações jornalísticas e artigos acadêmicos que demandam que o material citado permaneça disponível para consultas e uso futuro, é justamente o risco que o endereço URL simplesmente desapareça em algum momento e o link leve tão somente ao temido e execrado aviso “404 File Not Found“.Vários modelos para enfrentar o problema vem sendo tentados, inclusive através do Internet Archive, mas em todos parece haver falhas e lacunas.
Uma solução aparentemente mais simples está sendo oferecida pelo WebCite, um sistema de arquivamento de referências online (páginas e  websites ou qualquer outro tipo de objeto digital acessível pela Internet). O WebCite foi incubado e está hospedado na University of Toronto/University Health Network’s Centre for Global eHealth Innovation. É de uso gratuito e está registrado como membro do International Internet Preservation Consortium (IIPC).
A utilização é facílima e arquivar um endereço não leva mais de 30 segundos. Basta informar o endereço URL e fornecer alguns metadados (opcionais), como autor, data, assunto. Não é necessário se registrar para usar o sistema. Uma vez completada informação solicitada, uma cópia do material é arquivada no WebCite e um novo endereço permanente é criado.
Fiz um teste arquivando no WebCite um texto conjunto meu e de Elias Machado intitulado “Um modelo híbrido de pesquisa: a metodologia aplicada pelo GJOL”, que está arquivado no site do GJOL sob o (longo!) endereço: http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/ 2007_palacios%20_elias_metodologia_GJOL.pdf
Rapidamente o WebCite criou e me informou um novo endereço (mais curto!) de arquivamento http://www.webcitation.org/5bi0A5cO1  Uma mensagem é também enviada para o seu endereço de e-mail, informando sobre a operação de arquivamento e seu resultado. 
E como o serviço se sustenta? Além de apoio institucional das Universidades, o WebCite cobra taxas de editores, bibliotecas e outros organismos que se interessem por ter seu material copiado e arquivado.
Estamos vivendo a desaparição do “404 File Not Found“?
marcos palacios

Imagem e Comunicação Visual: representações urbanas na América Latina

David William Foster (ASU-EUA) e Denize Correa Araujo (UTP-Brasil) estão organizando um e-book centrado na temática “Imagem e Comunicação Visual: representações urbanas na América Latina” e convidam pesquisadores que se interessem pela iniciativa para submeter poropostas de textos.

O e-book  objetiva questionar processos culturais na América Latina representados em três mídias: cinema, fotografia e publicidade. Mais especificamente, a proposta é enfatizar questões de gênero, de relacionamentos e de posturas políticas em cidades-capitais da América Latina, como Havana, São Paulo, Cidade do México, Santiago, Montevidéu e Buenos Aires, para citar as mais proeminentes.
O e-book será em 3 idiomas: inglês, português e espanhol e reunirá pesquisadores americanos, brasileiros e de países de língua espanhola na América Latina. A previsão de publicação online é para julho de 2009.
Propostas (resumos) devem ser enviadas para david.foster@asu.edu e denizearaujo@hotmail.com até 1º. de dezembro de 2008. O texto completo (com resumo e palavras-chave em português e inglês) deve ser enviado até 1º de março de 2009.
marcos palacios

Sobre a beleza e utilidade do ruído na Web

Eu sempre impliquei com a idéia de “excesso de informação” e apresento objeções a ela sempre que o assunto vem à baila em debates acadêmicos e assemelhados. Costumo dizer que se a idéia de “excesso” for aceita, teríamos que começar por considerar qualquer enciclopédia como um “objeto excessivo”.
O que está está em causa nesse tipo de discussão não me parece ser o “excesso”, mas problemas e temas que se agrupam sob palavras-chave mais específicas como “indexação”, “data mining”, “buscas”, “filtragem”,”ambiente web”, etc, etc. 
Mas há também uma outra idéia que se tece em torno dessa discussão. Trata-se da “serendipity“, noção sem equivalência vocabular direta e precariamente traduzida para o português como “descobertas felizes e acidentais, feitas quando se está buscando algo totalmente diferente daquilo que se encontra” ou “aquisição passiva e oportunística de informação”. É a informação que se encontra, se acumula, se utiliza, sem que estivéssemos buscando-a.  Simplesmente  “damos com ela”: em um livro em um sebo, em uma “revista de avião”, em um programa de rádio que sintonizamos por acaso em nosso carro, num número atrasado de publicação especializada em urologia largado na sala de espera de um consultório médico, ou na Web… 
Alimentando as idéias que alimento sobre o suposto “excesso”, foi com grande satisfação que encontrei ontem no ReadWriteWeb uma longa postagem de  Marshall Kirkpatrick no qual ele coloca a questão: “Ruído online é mesmo ruim para você?”.
As considerações de Kirpatrick, com os muitos links para opiniões e fatos igualmente valiosos,  pode ser parte de seu serendipity de hoje.
Hoje eu convido você a refletir sobre a beleza e a utilidade (pessoal e profissional) de se dispender tempo consumindo informação não filtrada que vem da névoa/nebulosas de fontes e rios caudalosos que proliferam exponencialmente na Web. Convido você a se dar o luxo de algumas horas da Cyber-Flânerie de que já falava André Lemos em 2001, aquele ano longínquo no qual aconteceu a Odisséia no Espaço. Ou isso foi em 1968?…
Experimente e faça da postagem de Kirkpatrick um ponto de partida para as muitas seredipitidades que desejo a todos neste domingo.
marcos palacios

Monstros em antigos jornais japoneses

Mais coisas de domingo…
A cinematografia japonesa de ficção científica é largamente associada com a criação de monstros e muitos deles fizeram sucesso mundial. Mas é curioso descobrir um outro espaço no qual, por um breve período, monstros dos mais variados tipos circularam e tiveram grande aceitação popular no Japão: os jornais nishiki-e, em meados da década de 1870. Eram jornais artísticos, produzidos através de técnicas de xilogravura, com notícias sensacionalistas, geralmente cobrindo escândalos e crimes hediondos, mas eventualmente contando também histórias fantásticas de aparições de monstros, fantasmas e outros acontecimentos insólitos. Os nishiki-e não duraram muito: o governo Meiji não gostou da larga difusão que estavam tendo essas publicações “não oficiais” e acabou com elas.
marcos palacios