Nove integrantes do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL) apresentam artigos, minicursos, mediam debates e participam da comissão organizadora do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom 2020), realizado entre os dias 1º e 10 de dezembro deste ano. O evento, sediado pela primeira vez pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), faz história pela sua pioneira edição virtual devido aos desafios impostos pela pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo que inviabilizam a reunião presencial de milhares de pessoas. 

O tema do Intercom 2020: “Um mundo e muitas vozes: da utopia à distopia?” é um chamamento à reflexão científica acerca da zona cinzenta entre extremos na qual nos encontramos. O Intercom 2020 conta com a coordenação local de Ivanise Hilbig de Andrade e Fábio Sadao Nakagawa, professores da Faculdade de Comunicação (Facom/UFBA). A comissão organizadora do evento contou com a participação de duas integrantes do GJOL, as professoras da Facom Lívia Vieira e Jan Alyne Prado, que colaboram no grupo de comunicação. 

No dia 2 de dezembro, a coordenadora do GJOL, Suzana Oliveira Barbosa, mediou, no âmbito do 43º Ciclo de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, a mesa “O mundo hoje: capitalismo de dados e impactos na pluralidade de vozes”, que teve como debatedores Marie Santini (NETLAB/UFRJ), Tatiana Dias (The Intercept) e Tarcizio Silva (UFABC). Nesta sessão, foram avaliados o impacto das plataformas de redes sociais, suas ferramentas e algoritmos no debate público e na construção de um espaço de pluralidade. 

Barbosa também participou do colóquio “Identidade do profissional da Bahia no jornalismo”, ao lado do pesquisador Sérgio Mattos (UFRB) e do presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Ernesto Marques. A atividade, realizada no dia 3 de dezembro no contexto do VII Encontro Internacional do Colégio dos Brasilianistas da Comunicação, foi coordenada pela professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tattiana Gonçalves Teixeira, pesquisadora externa do GJOL. 

A coordenadora do GJOL, Suzana Barbosa, participou da mesa “O mundo hoje: capitalismo de dados e impactos na pluralidade de vozes” e do colóquio “Identidade do profissional da Bahia no jornalismo”.

MINICURSOS E ARTIGOS —  O pesquisador do GJOL, Alexandro Mota da Silva, ofereceu, no dia 2 de dezembro, o minicurso “Lives na cobertura jornalística: contexto, boas práticas, pesquisa e horizontes”, que destaca quatro grandes blocos de atenção importantes para refletir quais são os novos desafios dessa apropriação jornalística do live streaming diante de um maior letramento ou familiaridade com essas ferramentas. 

Cabe ressaltar que este minicurso é um dos frutos da pesquisa realizada por Mota que deu origem à dissertação “Jornalismo Live Streaming: Um estudo das apropriações jornalísticas da tecnologia de transmissão audiovisual ao vivo no Facebook”, defendida no PósCom/UFBA em 2019 e vencedora na categoria Mestrado na 15ª edição do Prêmio Adelmo Genro Filho de Pesquisa em Jornalismo.

Alexandro participa ainda do Grupo de Pesquisa Conteúdos digitais e convergências tecnológicas, no dia 3 de dezembro, onde apresenta o trabalho “Newsletter in_box: Curadoria e contextualização a partir de uma experiência coletiva independente”, realizado em parceria com  a pesquisadora Marilía Moreira da Silva, integrante do Núcleo de Estudos em Jornalismo (NJOR) do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas (PósCom/UFBA). 

Também participa deste GP a doutoranda Luciellen Souza Lima, que apresenta o artigo “Jornalismo Imersivo e o efeito percebido em terceiros”, assinado em parceria com o pesquisador Raul Augusto Ramalho de Mello, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Este estudo testou hipóteses do efeito de terceira pessoa (ETP) com uma reportagem em vídeo 360° que está dentro do escopo do jornalismo imersivo. A intenção foi buscar evidências empíricas sobre as percepções dos indivíduos com relação a esse tipo de conteúdo e ampliar as evidências do ETP nas novas mídias.

Os pesquisadores do GJOL, Alexandro Mota e Luciellen Lima, participam do GP Conteúdos Digitais e Convergências.

Ainda no dia 3 de dezembro, o professor da Faculdade de Comunicação (Facom/UFBA) e integrante do GJOL, Washington de Souza Filho, apresenta o trabalho “Um jornalista com o smartphone. A narrativa sobre o confinamento pela Covid-19 em uma aldeia portuguesa”.  O artigo analisa a estrutura da narrativa jornalística, a partir de uma reportagem realizada, com um smartphone como ferramenta, para uma emissora de televisão por um jornalista, confinado em uma aldeia de Portugal, na região da Beira Interior. A análise está baseada em uma pesquisa exploratória, com a associação da análise de conteúdo e a entrevista em profundidade.

O professor Washington também oferece o minicurso “Narrativas jornalísticas orientadas à imersão: características, ferramentas e tendências”, que também tem como ministrante o doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas e pesquisador do GJOL, Adalton dos Anjos Fonseca. A atividade apresentará as principais características de narrativas jornalísticas contemporâneas em redes digitais orientadas à imersão. Durante a sessão, serão discutidos métodos e tendências observadas em produtos de referência no campo jornalístico, sobretudo neste período de restrições provocadas pela pandemia, que obrigam novas soluções. Neste sentido, serão apontadas também algumas ferramentas e recursos audiovisuais de dispositivos móveis que podem dar suporte a este tipo de produção.

Por fim, no dia 9 de dezembro, a doutoranda Mariana Menezes Alcântara participa do Grupo de Pesquisa em Teorias da Comunicação, com apresentação do artigo “Desinformação, fact-checking e audiência: um estudo sobre a percepção de mídia hostil junto a estudantes de uma universidade privada de Salvador”. A pesquisa teve como mote a polarização política e o atual contexto de desinformação nas redes sociais e buscou compreender como os indivíduos percebem os resultados das checagens de fatos, investigando a ocorrência do Fenômeno de Mídia Hostil entre estudantes de uma universidade de Salvador. O trabalho faz reflexões sobre o combate à desinformação, bem como a necessidade de informações qualificadas, o que possibilita a ampliação do debate na esfera pública em relação a diferentes temas.