O site WikiLeaks.org divulgou ontem um vídeo que mostra um helicóptero militar dos Estados Unidos atirando e matando o fotógrafo da Reuters Namir Noor-Eldeen e seu motorista, Saaed Chmagh, em Bagdá, em julho de 2007, juntamente com pelo menos mais 10 pessoas. O vídeo é parte de material sigiloso norte-americano, que vazou para o WikiLeaks, foi desincriptado e reduzido de 38 para 17 minutos. Após o ataque, quando socorro chega, novo raid ocorre, atingindo o pessoal que procurava retirar os feridos.
O vídeo tem também som da comunicação entre os pilotos dos helicópteros. Em um trecho ocorre o diálogo: “Dê uma olhada nesses bastardos mortos,” diz um piloto. “Beleza,” o outro responde. Em outro ponto do vídeo, um veículo militar atropela um dos atingidos pelos disparos.
Uma investigação oficial concluiu que não havia nada de anormal na operação e ninguém foi punido.

Desde que o incidente ocorreu, a Reuters vem tentando, sem sucesso, ter acesso ao vídeo agora publicizado pelo site. Após confundir a câmera do fotógrafo com uma metralhadora, o piloto do helicóptero recebe autorização para atacar. O ataque torna-se indiscriminado, matando ou ferindo todas as pessoas que estavam na área. Duas crianças ficaram gravemente feridas. Um dos pilotos diz: “Culpa deles por trazerem suas crianças para a batalha”, o outro responde: “Isso mesmo”.
Na época do ataque, o comando militar norte-americano inicialmente declarou que todos os atingidos eram insurgentes; posteriormente alegou-se que os helicópteros reagiram a uma situação de combate ativo. O vídeo demonstra a falsidade de ambas declarações.
O vídeo é chocante e está repercutindo nos principais jornais de todo o mundo. O Pentágono está considerando o WikiLeaks como um site que atenta contra a “segurança nacional” dos Estados Unidos.

marcos palacios