Para quem anda hiper-entusiasmado com os rumos liberadores que, aparentemente, vem tomando o jornalismo em suas versões cidadãs e assemelhadas, recomendo a leitura da postagem estilo balde-de-água fria no Deuzeblog de Mark Deuze.
Ele levanta pontos bastante instigantes sobre a perda de poder dos jornalistas, sua crescente substituição por mão de obra temporária, freelances e estratégias de terceirização e offshoring na produção da informação jornalística. Lado a lado com um certo fluir do poder dos jornalistas em direção a seu público, através da participação, interatividade, etc, tornando mais horizontal a publicação e distribuição de notícias e informação, Deuze detecta um outro tipo de perda de poder que estaria tendo lugar no ecosistema midiático contemporâneo: uma drenagem, uma erosão do poder cultural e econômico dos jornalistas profissionais por aqueles que nós poderíamos denominar: “As Pessoas que Antigamente Conhecíamos como Empregadores” (The People Formerly known as the Employers).
O argumento desenvolvido por Deuze é preocupante e merece atenção e discussão, o que aliás está acontecendo no próprio blog, com intervenções pró e contra as posições colocadas por Deuze.
Um jornalismo sem jornalistas é possível?
Via Cyberjournalism

marcos palacios