Os políticos dos partidos de direita e de centro, DEM, PSDB e PMDB são os “donos da mídia” nacional. É o que conclui o Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom). Ao total, 271 políticos são sócios, proprietários ou diretores de emissoras de rádio e TV. Contrariando a legislação, a maioria deles é prefeito, seguidos dos deputados estaduais.

E se isso não fosse o bastante para o controle sobre as informações que são veiculadas nos meios de comunicação, o relacionamento dos parlamentares direitistas está bem à frente dos de esquerda, quando o assunto é dialogo com jornalistas.

No Congresso Nacional, observo que os senadores e deputados de direita, e seus assessores, têm um relacionamento bem melhor com os jornalistas. Um prova disso é que, nas coletivas e no dia-a-dia, os direitistas sempre municiam os jornalistas com dados e informações que são importantes para eles, políticos. Isso é “pouco explorado” pelos esquerdistas.

Em relação à agenda a ser seguida, esta também é pautada pelos jornalistas mais antigos, geralmente oriundos dos grandes meios de comunicação e que têm a linha editorial de direita. Não é difícil encontrar em entrevistas no Senado ou na Câmara mais ou menos 20 jornalistas; dentre esses, somente cinco fazem perguntas. O resultado é que todos seguem o mesmo recorte.

E o que digo pode ser constatado diariamente nas manchetes e na pauta negativa imposta pelos meios de comunicação no Brasil. Numa análise superficial, posso imaginar que estes dados e visões aqui colocados são motivados e justificados pelo estudo da Epcom. A conclusão, em termos de comunicação, é que “não adianta” os partidos de esquerda, e os movimentos sociais, continuarem a chamar a grande mídia de golpista e ficar esperneando. É necessário aprofundar o debate e investir mais em meios comunicação.
Via Monitorando.

Alberto Marques