Scott Karp, no Publishing 2.0, lista cinco princípios que, em sua opinião, devem orientar a transformação de empresas de mídia.
1. Redes são os novos canais de distribuição.
Mídia costumava ser uma atividade centrada no monopólio de canais de distribuição. Na web, a rede (network) é o novo canal de distribuição e não pode ser controlado, à moda antiga, por uma única empresa de comunicação. Mas há um imenso poder nas redes. Quem duvidar, pergunte ao Google. As empresas de mídia mais bem sucedidas serão aquelas que aprenderem a construir redes (networks) e utilizar os efeitos de rede. Lembre-se que Google não é proprietário da web; não controla a web. Google controla o poder da web, através da análise de como os sites se ligam entre eles.
2. As Pessoas são mais poderosas que as Instituições
Mídia já foi uma atividade centrada em instituições – sem nomes, marcas sem faces. Mas na web, as pessoas foram ganharam poder. Os indivíduos contam mais. Mas contam mais quando conectados em uma rede. As empreas de mídia mais poderosas em 2008 serão aquelas que empoderarem e criarem redes de indivíduos – tanto dentro quanto fora das paredes da corporação.
3. O melhor provém de muitas fontes.
Tantas pessoas usam sites de buscas porque elas compreendem, intuitivamente, que os mecanismos de buscas dão acesso a TODO o conteúdo da web. A maioria das empresas de mídia ainda está limitada a disponibilizar na web apenas o seu próprio conteúdo. Na era dos canais limitados de distribuição, isso fazia sentido. Mas na web, onde os consumidores podem acessar qualquer conteúdo, de qualquer fonte, e na qual conteúdos de alta qualidade continuam a proliferar (destacando-se de todo o lixo existente), as companhias de mídia não podem servir seus consumidores distribuindo apenas seus próprios conteúdos. As empresas mais bem sucedidas serão aquelas que oferecerem a seus consumidores links para o melhor conteúdo da web. É preciso aproveitar bem o poder dos links. Se as empresas de mídia não fizerem isso, Google e outros agregadores nativos da web o farão. Ou melhor, continuarão fazendo isso sozinhos.
4. A busca ainda é soberana
A busca é atualmente a mais poderosa força da web. Qualquer empresa de mídia que falhe em incorporar buscas e abrir-se para buscas, faz isso por sua conta e risco. Buscas são as novas bancas de jornais. Empresas de mídia bem sucedidas serão aquelas que souberem aproveitar o poder das buscas. O The New York Times deu mostras de claríssima percepção desse princípio ao liquidar seus conteúdos fechados (Times Select) baseando tal decisão na necessidade de abrir-se ao escrutínio dos sites de buscas e aumentar seu trâfego a partir dessas buscas.
5. Publicidade deve criar valor.
Google tornou a publicidade de buscas (search advertising) em um dos mais rentáveis negócios na web, a partir do princípio básico de que a publicidade deve criar valor para o usuário. A publicidade de buscas é poderosa porque ela é relevante e útil. Os modelos mais bem sucedidos serão aqueles que criarem maiores valores para os usuários, e não aqueles que manipularem os usuários ou violarem sua prividade ( o que significa: seja como o Google, mas não como Facebook).
marcos palacios