Numa decisão que levanta a questão dos direitos legais de avatares digitais, o YouTube retirou da Web, a pedido do Anshe Chung Studios, um vídeo em que Anshe Chung, a maior proprietária de terras de Second Life, aparecia em situação pouco confortável. A acusação foi de quebra de copyright.

O vídeo foi feito durante uma entrevista de Anshe Chung à CNET News, em sua agência no mundo virtual. Um grupo de manifestantes tentou sabotar o evento, colocando imagens de róseos pênis voadores e sobrepondo ao cenário da entrevista fotografias de Ailin Graef, a proprietária do avatar Anshe Chung, digitalmente alteradas para fazê-la aparecer abraçando um enorme pênis. O vídeo foi, em seguida, disponibilizado pelo grupo no YouTube.

Ailin Graef, aliás Anshe Chung, que nasceu na China, mas é hoje cidadã alemã, já foi recentemente capa da Business Week, por seus feitos financeiros em Second Life. Começando com um capital inicial de U$ 9.95, Anshe Chung hoje possui terras em Second Life equivalentes a 36 km quadrados, além de uma fortuna avaliada em muitos milhões de Linden doláres, a moeda corrente no mundo virtual, que pode ser trocada por dólares reais. Anshe é também proprietária de shopping centers, cadeias de lojas e detentora de diversas marcas registradas em Second Life. O Anshe Chung Studios foi criado para gerenciar a vida e os negócios de Anshe Chung em Second Life.

Além de conseguir a retirada do vídeo no YouTube, Anshe Chung intimou também o Sidney Morning Herald e o Boing-Boing a retirar uma foto do ataque, disponibilizada por ocasião da entrevista, em 21 de dezembro. Tanto o Boing-Boing quanto o Sidney Herald informaram que estão consultando seus advogados sobre o assunto. Xenir Jardin, um co-editor do Boing-Boing, afirmou que Ailin Graef “pode controlar tanta terra quanto queira em Second Life, mas ela não pode controlar o resto da Internet, onde eu e outros jornalistas vivemos e nos expressamos livremente. E é assim que pretendemos continuar fazendo”.

A foto incluída no Boing-Boing é a mesma que reproduzimos na abertura desta postagem.

O fato coloca questões totalmente novas sobre os direitos de copyright e direitos legais, de maneira geral, de avatares criados em mundos virtuais.
Uma discussão está na CNET News.

ATUALIZANDO: o vídeo retirado do YouTube está agora no Google Videos, onde é possível fazer seu download.

marcos palacios