Nova organização de banca da Apple torna pequenas publicações invisíveis

Depois de 18 meses esperando por mudanças na App Store, os publishers não ficaram muito contentes com as novidades promovidas pela Apple na banca de revistas do iPhone. O método de organização dos títulos é o principal motivo de reclamação das publicações digitais, que apontam esta razão para a queda nas vendas e assinaturas.

Até a última semana, era possível fazer uma busca por publicações na banca tendo como critério de ordenação a data de lançamento. Bastava clicar em um link que mostrava toda a banca e depois em data. Também era possível organizar por popularidade.

Agora, a busca só pode ser feita pelos destaques e por ordem alfabética dentro de cada categoria definida pela newsstand. Se clicamos em toda a banca, volta a aparecer categorias de pesquisa. A dinâmica passou a ser a mesma utilizada no iPad.

Para o colunista do Talking New Media, D. B. Hebbard, mesmo com tantas dificuldades na arquitetura da informação na banca da Apple, nem toda a culpa para a queda nas vendas das publicações é da multinacional. Há também um pouco de inércia por parte das empresas jornalísticas, segundo ele. Um exemplo é a reclamação dos leitores com o não reconhecimento das assinaturas pelos aplicativos, sobretudo após o surgimento de uma nova versão do iOS. Outra crítica é a ausência desta situação como uma pauta nas próprias revistas.

Enquanto têm crescido o número de revistas nas bancas digitais, é cada vez menos atrativa a compra das publicações. “Aqueles mais comprometidos com publicações digitais, pequenos publishers, estão sendo atingidos diretamente. Enquando os maiores publishers parecem estar menos preocupados, falando sobre publicidade nativa e compra programática como futuro das publicações digitais”, posta Hebbard

Na verdade, esta desorganização na newsstand acaba sendo benéfica para as grandes publicações. Elas não precisam mais de tanta visibilidade e, ao mesmo tempo, com a busca apenas pelos destaques, as novas publicações sempre ficarão no limbo da banca. Isto significa menos anunciantes para as pequenas revistas, menos ameaça para as grandes publicações e a manutenção da hierarquia que sempre existiu no mundo dos impressos.