Texto: Bruno Santos
Foto: Natácia Guimarães/LabFoto

Aconteceu na última sexta (28/11), na Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia, o quinto e último dia do curso “Introdução ao Jornalismo de Dados”. Promovido pela Escola de Dados e o Grupo de Pesquisa de Jornalismo On-Line (GJOL) da Facom, o curso é gratuito e faz parte do programa Partnership for Open Data (POD), uma parceria entre o Banco Mundial, o Open Data Institute e a Open Knowledge para acelerar a abertura de dados em países em desenvolvimento.

Durante toda a semana, trinta participantes selecionados tiveram a oportunidade de conhecer um panorama sobre o jornalismo de dados no Brasil e no mundo e a utilizarem as principais técnicas e ferramentas de busca, extração, limpeza, interpretação e visualização de dados. Para Suzana Barbosa, professora do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Facom (PósCom), coordenadora do GJOL e uma das organizadoras do curso, a iniciativa deu certo. “Eu acredito que o curso alcançou seu objetivo. Nós conseguimos despertar nos participantes a vontade de aprender ainda mais sobre o mundo do jornalismo de dados. A turma deu um ótimo retorno para gente e o que vimos foram alunos bastante satisfeitos com tudo o que aprenderam”, afirmou. Marco Túlio Pires, um dos tutores do curso e programador que coordena a Escola de Dados no Brasil, elogiou a parceria entre o GJOL e a instituição. “Foi uma parceria muito valiosa. Já estamos estudando junto a direção da Facom e o GJOL a possibilidade de haver outra edição do curso e novas ações conjuntas”, contou.

Beatriz Ribas, doutora em Comunicação pelo PósCom e aluna do curso, afirmou que os conhecimentos aprendidos serão muito importantes para sua carreira profissional. “As técnicas que aprendi serão muito importantes para o meu trabalho. Acho que estamos saindo daqui com um conhecimento grande e cabe a cada um de nós aplicá-lo da melhor maneira possível. O curso foi fantástico e fiquei muito feliz por ter participado”, afirmou. Adriana Santiago, professora de Jornalismo Web na Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e participante do curso, disse que tudo o que aprendeu será aplicado nas suas aulas e em suas pesquisas. “O jornalismo de dados é algo que não está na grade curricular dos cursos de Jornalismo. Saber dessa especificidade será ótimo para meu trabalho como professora e como pesquisadora, já que tive contato com ferramentas de raspagem, visualização de dados, coisas que vão facilitar a captação de informações para meus trabalhos. Fiquei com gostinho de quero mais”, contou.

Visualização de Dados & Mapas
O último dia do curso contou com aula de Vitor George, desenvolvedor do site InfoAmazônia. Com o tema “Visualização de Dados & Mapas”, os alunos entraram em contato com um novo ramo do Jornalismo: o Geojornalismo. O tutor apresentou aos participantes projetos da área feitos no Brasil e ferramentas que ajudam a retirar informações e a construir mapas de dados.

Logo depois, os grupos formados no primeiro dia de aula do curso apresentaram os resultados dos trabalhos que organizaram durante toda a semana . As temáticas escolhidas pelas seis equipes foram: “Percepção pública dos Projetos de Lei sobre drogas no Brasil”; “O peso da obesidade infantil no programa ‘Bolsa Família’”; “Quais membros da CPMI da Petrobrás receberam doações das empresas investigadas?”; “Mapa da desigualdade: evolução das capitais brasileiras na era PT”; “Uso do cartão corporativo” e “Desastres naturais na Bahia”.

Ao final do dia, os alunos tiveram a oportunidade de pontuar algumas situações que viveram durante o curso. Grande volume de conhecimento aprendido e o contato com ferramentas que podem aumentar a produtividade no trabalho e em pesquisas foram pontos apontados como positivos pelos participantes. Já o pouco tempo para absorver muitas informações e a falta de apostilas para auxiliar no aprendizado foram coisas apontadas como negativas pelos alunos. Juan Torres, editor do jornal “Correio” e instrutor da Escola de Dados afirmou que, para possíveis novas edições do curso, algumas questões devem ser aprimoradas. “O tempo curto é algo que, realmente, precisa ser pensado e acredito que esse material de apoio, como apostilas, é bastante necessário”, ressaltou.