Houve um tempo em que os jornais impressos eram Matutinos e Vespertinos. Os Vespertinos tinham por função atualizar os Matutinos e dar as “últimas notícias”. Em casos muito especias (guerras, mortes, atentados, etc) uma Edição Extra podia se justificar. A imagem do menino-jornaleiro gritando “Extra!Extra!Extra!” tornou-se um cliché nos filmes de Hollywood.O rádio e depois a televisão acabaram com essas práticas jornalísticas. Com suas características de imediaticidade e atualização contínua, o rádio e a TV assumiram o papel de atualizadores da informação, acompanhando os fatos minuto-a-minuto e dando as “últimas notícias”.
Seria de se pensar que assim fosse em todo o mundo, desde há muito. ..
Descobrimos que não é assim para a SIC Internacional, de Portugal.
Comentando a cobertura do episódio do sequestro do ônibus 499, no Rio de Janeiro, publicamos uma postagem indicando a defasagem da SIC em seu Jornal da Noite das 22:00 h. (Brasília). As informações veiculadas estavam com atraso de cinco horas, em relação aos acontecimentos.
Uma colega jornalista, leitora do Blog, levou a postagem ao conhecimento da SIC que, em nota que reproduzimos abaixo, confirma que o Jornal da Noite, das 22:00 h., nada mais é que a “repetição”, sem qualquer atualização ou edição, da versão veiculada às 18:00 h (Brasília).
Uma medida paliativa seria a SIC, a exemplo das companhias de tabaco, passar a divulgar uma advertência, antes do início de seu jornal.
Algo do tipo:
O Ministério das Comunicações adverte: este produto jornalístico pode prejudicar gravemente seu sentido de informação e colocá-lo em defasagem com o resto do mundo.

Segue a nota-resposta da SIC Internacional:

Cara Sra.,
Recebemos a sua mensagem, que mereceu a nossa melhor atenção.
Agradecendo o seu interesse pela nossa estação televisiva, informamos que o Jornal da Noite a que se referem no blog trata-se de uma repetição, pelo que é natural alguma desactualização para quem visse a repetição do noticiário.
Sem outro assunto de momento, e esperando poder continuar a merecer a sua confiança, apresentamos os nossos sinceros cumprimentos,

Bruno Costa
Assistente Relações Públicas
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Leia a postagem que deu origem à resposta da SIC

marcos palacios